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Cupinzeiros na Pastagem: Causas, Consequências e Como Controlar

7 de fevereiro de 2025
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Cupinzeiros em pastagens: o que isso realmente significa?

A presença de ninhos de cupins nas pastagens é frequentemente associada ao processo de degradação do solo, mas há outros fatores a serem considerados. Os cupins de montículo, responsáveis pela formação dos cupinzeiros, pertencem à espécie Cornitermes cumulans e são comuns em pastagens brasileiras. Eles estão entre as pragas que afetam as gramíneas forrageiras, fundamentais para a pecuária nacional. O problema é que esses insetos sociais constroem ninhos visíveis na superfície do solo, prejudicando a produtividade da forragem.

Muitos especialistas indicam que a quantidade de ninhos pode refletir o nível de degradação da pastagem. Áreas menos mecanizadas, como pastagens antigas, tendem a ter uma infestação maior, sem necessariamente estarem em declínio. Embora a presença de cupinzeiros esteja relacionada a fatores como acidez e redução da fertilidade do solo, ainda não se sabe ao certo se eles surgem como consequência da degradação ou se proliferam naturalmente devido à falta de controle.

Organização da colônia

Os cupins vivem em sociedades bem estruturadas, divididas em castas. O casal real, formado pelo rei e pela rainha, é responsável pela reprodução da colônia. Os soldados, por sua vez, são estéreis e possuem mandíbulas grandes para proteger o ninho. Já os operários, que também são estéreis, desempenham todas as funções de manutenção da colônia, incluindo a alimentação da rainha e o transporte de ovos.

Durante a estação chuvosa, os cupinzeiros liberam uma grande quantidade de cupins alados, conhecidos como “siri-siris” ou “aleluias”, que saem em revoada para formar novas colônias. Após o acasalamento, os casais escavam pequenas câmaras no solo para estabelecer seus novos ninhos. Com o tempo, a rainha sofre um fenômeno chamado fisogastria, no qual seu abdômen se expande devido ao crescimento dos ovários e ao acúmulo de gordura, limitando sua movimentação dentro do ninho.

Outras espécies de cupins em pastagens

Além do Cornitermes cumulans, existem outras espécies que também constroem montículos. Entre elas está o C. bequaerti, que forma cupinzeiros com aberturas em formato de chaminé, e o Syntermes sp., cujos ninhos são mais espalhados, baixos e frágeis. Apesar de menos comuns, os cupins do gênero Syntermes merecem atenção, pois cortam folhas de gramíneas vivas, assim como as formigas cortadeiras.

Impactos dos cupinzeiros na pecuária

Os danos causados pelos cupins nas pastagens ainda não são totalmente compreendidos. Muitos produtores veem sua presença como um problema estético, associando-a ao abandono da propriedade e à desvalorização da terra. Além disso, os cupinzeiros dificultam a manutenção da pastagem, abrigam animais peçonhentos e podem danificar cercas e cochos de madeira.

Métodos de controle

O controle de cupins em pastagens é tradicionalmente feito com inseticidas químicos, que devem ser aplicados dentro dos cupinzeiros. Para isso, é necessário perfurar o ninho com uma barra de ferro até alcançar a câmara interna, onde o inseticida será depositado. No caso das espécies do gênero Syntermes, que não possuem câmaras definidas e podem ocupar grandes áreas, a aplicação do inseticida deve ser feita em vários pontos do terreno, com uma perfuração por metro quadrado, atingindo cerca de 20 cm abaixo do solo.

Os cupins têm sido encontrados com maior frequência em pastagens de Brachiaria humidicola, e algumas técnicas de termonebulização vêm demonstrando bons resultados no combate a essas pragas. No entanto, mais pesquisas ainda são necessárias para entender os impactos exatos dos cupinzeiros e definir as melhores estratégias de manejo.

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